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Prazer, ...

 

Jacqueline Beltrami de Jesus 

Diretora do Grupo LJ, Sócia do Escritório De Jesus e Beltrami Advogados Associados, Especialista em Compliance pela Universidade da Pensilvânia no EUA e pela Dom Cabral. Secretária Geral da Comissão de Igualdade Racial OAB/SP.

 

O despertador toca. Sempre cedo demais. A primeira batalha do dia é contra o próprio corpo, que pede mais cinco minutos, mas a vida não espera. Levanto. E dói. Mas ninguém sabe.

Vivo com dores que não sei de onde vêm. Talvez seja o peso da postura errada na cadeira. Talvez seja o estresse acumulado nas vértebras, o desgaste de carregar tantas versões de mim mesma. Talvez seja uma doença que ninguém descobriu. Talvez seja só ser mulher.

Sou muitas. Mulher, advogada, empresária, diretora, professora, palestrante, mãe de pet. São tantos papéis que, às vezes, me pergunto se ainda existe um "eu" por trás deles ou se me tornei apenas o reflexo das funções que desempenho.

"Você precisa de um hobby", dizem. Como se houvesse tempo. Como se, entre reuniões, decisões, planilhas, e-mails, sobrássemos nós. O que sobra é o cansaço. E a culpa. Porque nos ensinaram que devemos dar conta de tudo – do trabalho, da casa, das emoções, das expectativas. E, se algo escapa, sentimos que falhamos.

Viver é um check-list infinito. Ser mulher, então, é viver sob vigilância constante. O peso da aparência, da conduta, da fala, da roupa, do tom de voz. Forte, mas não dura. Inteligente, mas sem ser arrogante. Independente, mas sem incomodar. Bonita, mas sem exagerar. Seja tudo, mas não demais.

E no meio dessa maratona invisível, existe o medo. O medo que aprendemos a carregar desde meninas. O medo que molda nossos passos e nossas escolhas. O medo que nos faz atravessar a rua quando vemos um grupo de homens. O medo que nos faz enviar mensagens de "cheguei" como se a porta de casa fosse uma linha de chegada. O medo que nos torna estatística. O medo, companheiro eterno de nós mulheres.

A cada notícia de feminicídio, a cada caso de violência, vem o arrepio na espinha. Mais uma. Poderia ser eu. Poderia ser qualquer uma de nós. Porque não importa o quão forte sejamos, não importa quantas versões de nós mesmas existam, ainda somos mulheres em um mundo que não nos protege. Ainda somos um pequeno fragmento entre as vítimas.

E, mesmo assim, seguimos. Porque precisamos. Porque há prazos, reuniões, contas a pagar, sonhos a realizar. Porque em casa tem o Fred me esperando. Ah o Fred...

Quando abro a porta e vejo seus olhos brilhantes, algo dentro de mim desacelera. Ele corre até mim, feliz, sem saber do peso que carrego. Quando afundo os dedos no seu pelo loirinho e macio, sinto a realidade se dissolver, ainda que por alguns minutos. No olhar dele, encontro um tipo de paz que o mundo lá fora não me dá. No carinho que trocamos, sei que, para ele, eu sou o mundo. E, para mim, ele é o meu. E eu volto a ser a minha primeira versão, e lembro que ainda existo.

Ser mulher é viver na corda bamba entre o medo e a coragem, entre a exaustão e a resistência.

E amanhã o despertador toca de novo. E eu levanto.

Prazer, Jacqueline. Mulher.


Confira nossos livros em: https://www.editoramenteaberta.com.br


  23.ª edição do maior e mais tradicional festival de cinema promovido em Sergipe


A 23.ª edição do maior e mais tradicional festival de cinema promovido em Sergipe, o Curta-SE, exibe nesta edição o videoclipe (Anjo de Barro - Menina miragem), de Eudaldo Monção Jr. e Ionã Scarante, ambos da cidade de Nazaré,  Bahia.

Na terça-feira, 14 de janeiro de 2025, a programação do Curta-SE 23.ª edição acontece no Cine Vitória, localizado na Rua do Turista, no centro de Aracaju. Neste espaço acontece a Mostra Competitiva do festival, nos turnos da tarde e noite, nas categorias trailer, websérie, vídeo de bolso, videoclipe e longas.

A entrada é franca.

O videoclipe animado intitulado Anjo de Barro, dirigido e roteirizado por Eudaldo Monção Jr. e Ionã Scarante é baseado no livro de mesmo nome da autora Ionã Scarante, publicado em 2022, pela Editora Mente Aberta. A obra apresenta a canção (Menina miragem), de autoria de José Carlos Sampaio Cardoso, interpretada pela cantora Nazarena Miriam Nascimento, com a participação especial das crianças Maria Flor Scarante Nazaré (filha da autora do livro) e Arthur Scarante Cardoso (sobrinho da autora do livro e sobrinho do compositor da canção). A música foi gravada no Kabedal Studio, situado na cidade de Nazaré.

Anjo de Barro é uma história com feição de lenda, na qual personagens reais são mesclados à magia da personagem Santinha (menina ou anjo?). O projeto é uma realização Memorabilia Filmes e Meyjor Criações, ilustrado por Débora Ayane Caitano e animado por Tom Meyjor.

Para mais informações, acesse: https://curtase.com.br/curta-se-23-divulga-programacao-especial-que-acontece-de-11-a-15-de-janeiro/


Material cedido à Editora Mente Aberta pela autora do livro Anjo de Barro, Ionã Scarante.

Aproveite para adquirir o livro em: https://www.editoramenteaberta.com.br/anjo-de-barro.




 Videoclipe infantil dirigido por Eudaldo Monção Jr. e Ionã Scarante estreia

 no mês da criança, na Bahia e no exterior


Material cedido à Editora Mente Aberta pela autora do livro Anjo de Barro, Ionã Scarante.


O videoclipe animado intitulado Anjo de Barro, dirigido e roteirizado por Eudaldo Monção Jr. e Ionã Scarante é baseado no livro de mesmo nome da autora Ionã Scarante, publicado em 2022, pela Editora Mente Aberta. A obra apresenta a canção (Menina miragem), de autoria de José Carlos Sampaio Cardoso, interpretada pela cantora Nazarena Miriam Nascimento, com a participação especial das crianças Maria Flor Scarante Nazaré (filha da autora do livro) e Arthur Scarante Cardoso (sobrinho da autora do livro e sobrinho do compositor da canção). A música foi gravada no Kabedal Studio, situado na cidade de Nazaré.

Anjo de Barro é uma história com feição de lenda, na qual personagens reais são mesclados à magia da personagem Santinha (menina ou anjo?). O projeto é uma realização Memorabilia Filmes e Meyjor Criações, ilustrado por Débora Ayane Caitano e animado por Tom Meyjor.

A obra terá lançamento internacional na cidade de Manágua, Nicarágua, no dia 10 de outubro, às 10h (horário local), na UNAN - Universidad Nacional Autónoma de Nicaragua, com exibição seguida de debate com o diretor Eudaldo Monção Jr.

Na Bahia, a obra terá seu lançamento na Flica - Festa Literária Internacional de Cachoeira, no dia 17 de outubro, às 15h, no Auditório do CAHL Centro de Artes Humanidades e Letras da UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, durante o encontro (Recôncavo de Histórias), programação integrante da Fliquinha, que contará com participação de Ionã Scarante, diretora do videoclipe e autora do livro (Anjo de Barro).

No dia 07 de novembro, o videoclipe será exibido na vila de Maragogipinho em Aratuipe/BA, na Olaria Família Nazaré, a partir da 17hs, no contexto do (Curso de modelagem e fabricação de caxixi), que proporcionará um espaço de apresentação de obras audiovisuais, que utilizem o artesanato baiano feito com barro como referência. Na ocasião, acontecerá também o (Workshop literatura, ilustração, canção e animação), com a participação dos diretores Eudaldo Monção Jr. e Ionã Scarante.

O trabalho artesanal feito com a argila, pelas mãos habilidosas dos mestres e mestras ceramistas da comunidade tradicional de Maragogipinho (Aratuípe-BA), é apresentado ao público sob os olhos dessa “menina-miragem”, que distribuía beleza e encanto no ambiente do barro. Numa atmosfera lúdica e mítica, Santinha nos pega pela mão, feito criança arteira querendo mostrar um feito, e nos convida para brincar em outro espaço-tempo.

O videoclipe apresenta um pouco do cotidiano vivido pelos artesãos e artesãs da comunidade de Maragogipinho, convidando a todos a adentrarem no universo mágico da história e a visitarem a comunidade artesã e conhecerem os artistas e seu processo de criação. Além disso, a personagem Santinha também apresenta a Feira de Caxixis de Nazaré, cidade do Recôncavo Baiano.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.

Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

 

Serviço:

Lançamento internacional do videoclipe Menina miragem (Anjo de Barro)

Data: 10/10 às 10h (hora local)

Local: UNAN - Universidad Nacional Autónoma de Nicaragua, Managua, Nicarágua.

  

Lançamento do videoclipe Menina miragem (Anjo de Barro) durante a Flica

Data: 17/10 à 15h

Local: Auditório do CAHL Centro de Artes Humanidades e Letras da UFRB, Cachoeira/BA.

  

Exibição do videoclipe e realização do Workshop literatura, ilustração, canção e animação

Data: 07/11 à 17h

Local: Olaria Família Nazaré, Maragogipinho, Aratuípe/BA.

  

Acompanhe pelo instagram:  https://www.instagram.com/anjodebarrofilme

 

MENINA MIRAGEM ( José Carlos Sampaio Cardoso)

 

Vou lhe contar a história da bela e faceira Santinha.

Uma menina miragem, doce anjinho de luz.

Ela foi feita do barro de Maragogipinho,

uma garotinha encantada, que a todos seduz.

 

A Santinha chegou, chegou, chegou,

ela veio trazer sua mensagem de amor.

 

Os seus olhinhos brilhavam mais que estrelas no céu,

Lembrança dos antepassados, um povo que muito lutou.

Na beira do rio Jaguaripe, ela entoava cantigas

que atraíam os peixinhos pra rede do pescador.

 

A Santinha cantou, cantou, cantou,

lançando no ar sua mensagem de amor.

 

De olaria em olaria, fazia suas travessuras,

mas sempre alegre e meiga, sorrisos sempre espalhou.

Tendo cumprido sua sina, no pó da estrada sumiu,

dizem um anjinho de asas, a boneca de barro virou.

 

A Santinha voou, voou, voou,

espalhando no mundo sua mensagem de amor.

 

A Santinha chegou, chegou, cantou, voou, voou,

espalhando no mundo sua mensagem de amor.

 

A Santinha chegou, chegou, cantou e depois voou,

espalhando no mundo sua mensagem de amor.


Acesse e confira em: https://www.editoramenteaberta.com.br/anjo-de-barro



Segundo livro infantil da escritora foi lançado no evento que ocorreu no Centro Histórico de Salvador

  

A escritora Ionã Scarante lançou seu segundo livro infantil "Quer desenhar comigo?" durante a Flipelô 2024, no espaço em homenagem à escritora Mabel Veloso, na Praça das Artes. A obra convida os e as pequenos e pequenas leitores/as para conhecerem um universo divertido repleto de desenhos que foram inspirados nas criações dos filhos da autora. 

Natural de Nazaré das Farinhas, Ionã veio para a capital com a família participar da Flipelô. “Foi um encontro que encheu meu coração de encantamento. Escrever para as infâncias é uma experiência motivadora, cada vivência ou mesmo uma pergunta feita por uma criança, podem ser motes para uma nova história", comemorou a educadora que ressalta a importância da literatura infantil para o desenvolvimento das crianças. "Além do prazer da leitura, os livros são um convite para acessar mundos imaginários, que podem ser a chave para um bom aprendizado escolar e, sobretudo, contribuem com a humanização do indivíduo”, destacou a autora.

“Quer desenhar comigo? É um delicioso convite para colorir junto e, com muita criatividade, encher de alegria e cor tudo ao nosso redor.

Flor, a pequena artista da história, é uma menina que ama desenhar e pintar. Seus desenhos são declarações de amor. Ela presenteia a mamãe, o papai, o irmãozinho, a titia e os avós com seus lindos desenhos.

Um livro cheio de afeto e que nos mostra que a alegria e espontaneidade da infância transformam uma simples folha de papel (e as nossas vidas) em algo mágico!”







Acesse e confira em: https://www.editoramenteaberta.com.br/quer-desenhar-comigo

 


 A ASCENSÃO DO EMPODERAMENTO FEMININO: 

UMA JORNADA DE TRANSFORMAÇÃO E CONQUISTA

 

Elise Brites

Professora. Advogada. Auditora Líder. Administradora. Master in Education Sciences. Agente de Compliance.

 

Nos últimos anos, testemunhamos e vivenciamos uma incrível ascensão do empoderamento feminino em todo o mundo. Mulheres estão e têm se erguido, buscando desafiar as normas sociais para construir um futuro em que a igualdade de gênero não seja apenas uma ideia distante, mas uma realidade tangível.

Essa jornada rumo à igualdade tem sido marcada por inúmeras conquistas, desafios superados e uma determinação inabalável para redefinir o papel das mulheres na sociedade.

Muitos eventos históricos e movimentos sociais trouxeram melhorias às condições de trabalho e aos direitos das mulheres em tempos não tão longínquos. No século XX, durante um período de intensa agitação social e lutas por direitos trabalhistas e civis, as mulheres começaram a ter maior visibilidade.

Uma das características mais marcantes dessa ascensão é a voz crescente do feminino em todos os setores da sociedade. De espaços políticos a ambientes corporativos, as mulheres estão ocupando posições de liderança e influência como nunca antes.

Existem muitas organizações, associações e movimentos cívicos que buscam desencadear conversas cruciais sobre assédio, violência de gênero e desigualdade salarial, expondo injustiças que há muito tempo foram silenciadas.

Essas conversas estão catalisando mudanças reais e promovendo uma cultura de responsabilidade e respeito mútuo.

Além disso, o empoderamento feminino está se manifestando de maneiras tangíveis através do empreendedorismo feminino.

Mulheres em todo o mundo estão lançando seus próprios negócios, criando empregos e contribuindo significativamente para o crescimento econômico mundial. Elas estão desafiando estereótipos de gênero e reivindicando seu lugar nos mercados globais, demonstrando uma incrível antifragilidade e criatividade em face de desafios únicos.

No entanto, é importante reconhecer que essa jornada rumo ao empoderamento feminino ainda enfrenta obstáculos significativos.

Fato é que a desigualdade de gênero persiste em muitas partes do mundo, manifestando-se de diferentes formas, desde disparidades salariais até limitações de acesso à educação e à saúde. Além disso, mulheres de comunidades marginalizadas enfrentam desafios adicionais devido à interseccionalidade de sua identidade de gênero com raça, classe social, orientação sexual e outras características.

Para superar esses obstáculos, é vital que continuemos a promover a conscientização e o engajamento em torno das questões de gênero. Isso inclui a implementação de políticas que promovam a igualdade de oportunidades, o fortalecimento de leis que protejam os direitos das mulheres e o investimento em programas que capacitem mulheres em todas as esferas da vida.

Além disso, a educação desempenha um papel fundamental na promoção do empoderamento feminino. Ao garantir o acesso equitativo à educação de qualidade para meninas e mulheres, podemos capacitá-las a alcançar seu pleno potencial e contribuir de forma significativa para suas comunidades e sociedades como um todo. Educação não apenas fornece habilidades práticas, mas também promove a autoconfiança e a capacidade de liderança, capacitando as mulheres para enfrentar os desafios com coragem e determinação.

Outro aspecto fundamental do empoderamento feminino é o apoio mútuo e a solidariedade entre mulheres. À medida que as mulheres se unem em torno de objetivos comuns, elas fortalecem sua voz coletiva e ampliam seu impacto. Redes de apoio, mentorias e colaborações entre mulheres são essenciais para superar obstáculos individuais e coletivos, construindo uma comunidade de apoio e inspiração.

Ser mulher nos tempos atuais é uma experiência multifacetada, moldada por uma variedade de fatores sociais, culturais, econômicos e políticos. Em muitas partes do mundo, as mulheres desfrutam de mais liberdade e oportunidades do que nunca, tendo em vista a longa caminhada pela busca e conquista de direitos que desafiaram estereótipos de gênero para a ocupação de papéis diversos na sociedade. Mesmo assim, há disparidades salariais, violência de gênero, discriminação e expectativas sociais restritivas.

Ser mulher hoje significa lutar por igualdade de direitos e oportunidades, enquanto se navega em espaços tradicionalmente dominados por homens, como política, negócios e ciência. Envolve resistir a pressões sociais e culturais que ditam como uma mulher deve se comportar, se vestir ou se expressar, enquanto se afirma a própria identidade e autenticidade.

Além disso, ser mulher nos tempos atuais também envolve o reconhecimento da diversidade de experiências e identidades femininas, incluindo mulheres de diferentes origens étnicas, culturais, religiosas, sexuais e socioeconômicas. Envolve solidariedade e apoio mútuo entre mulheres, enquanto se trabalha para criar um mundo mais inclusivo e equitativo para todas, em que os direitos das mulheres sejam respeitados e protegidos em todos os aspectos da vida.

À medida que avançamos nessa jornada de transformação, é imperativo reconhecer o progresso que foi feito, celebrar as conquistas das mulheres e renovar o compromisso com a causa da igualdade de gênero. O empoderamento feminino não é apenas uma questão de justiça social, mas também é fundamental para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar de toda a humanidade.

Em última análise, a ascensão do empoderamento feminino representa uma oportunidade emocionante para construir um mundo mais justo, inclusivo e equitativo para todas as pessoas, independentemente do gênero. À medida que continuamos a avançar juntos, inspirados pela coragem e resiliência das mulheres ao redor do mundo, podemos criar um futuro em que todos possamos prosperar plenamente, em igualdade e dignidade.


 “E eu não sou uma mulher?”

 

Germana Pinheiro

Doutora e mestra em Direito. Pró-reitora de Graduação e Extensão da Universidade Católica do Salvador. Professora. Advogada. Escritora. Autora colaboradora da Editora Mente Aberta.

 

As palavras de Sojourner Truth ainda podem ser ouvidas nos dias de hoje. Ecoam forte em nossa alma quando percebemos o cenário presente que se faz tão difícil para todas as mulheres. Mesmo no século 21, é possível entender as dores manifestadas por ela quando apontou que era capaz de suportar todas as tarefas masculinas, criar seus filhos, apoiar outras mulheres em suas lidas e ainda rezar profundamente quando a vida se tornava pesada demais.

Entendemos e sentimos a mesma dor estampada em seu lamento: “e eu não sou uma mulher?”

Infelizmente, os dados estáticos estampam a violência cotidiana enfrentada por todas as mulheres na atualidade e de forma brutal. O Ipea, em 2022, indicou que as mulheres ainda ganham menos do que os homens no mundo do trabalho, uma estatística que não muda há anos. Os dados apontam que 176.778 homens brancos são professores, enquanto que apenas 26.770 mulheres negras são professoras na educação superior no Brasil

Do total de bolsas de doutorado sanduíche vigentes no país, apenas 4,8% são destinadas às mulheres negras e 31% às mulheres brancas; portanto, a esmagadora maioria é direcionada aos homens, segundo o IBGE de 2022.

Ou seja, ainda há um grande caminho para se alcançar a igualdade em direitos e oportunidades que almejamos, especialmente quando observamos esses dados em interseção.

Mesmo considerando que as mulheres são maioria da população brasileira, esse percentual não se reflete ainda nas academias, parlamentos e nos altos cargos de gestão em corporações privadas.

Não é possível esquecer as palavras de bell hooks quando leciona que, “assim como me disseram no ensino médio que não existiam escritores negros, ensinaram-me durante os anos de graduação , em uma faculdade de elite, que mulheres não poderiam ser grandes escritoras”.

Nós somos fruto de tantas histórias antes da nossa e que nos deram a força ancestral necessária para não desistir, para insistir em um sistema feito para os homens e que permanece sendo permeado por políticas com o viés machista e racista, e que teima em silenciar e impedir nossos avanços.

Todos esses elementos são determinantes para indicar que o dia 8 de março continua sendo um importante dia político, que reforça a urgência em nossas pautas e como precisamos continuar alertas e intransigentes em nossas lutas coletivas por mais igualdade e respeito.

Insistimos em apontar para a urgência de um olhar decolonial de poder e de saber, para que se adote uma nova epistemologia que inclua nossas vivências e saberes, e que inspire um novo paradigma nas relações sociais e em todos os âmbitos. As vivências femininas são em rede e de forma coletiva, e somente assim é possível antever um horizonte de mais segurança e paz para todas nós.

Não há como reverenciar internacionalmente as mulheres sem reconhecer que este mês nos impõe importantes e profundas reflexões sobre o quanto ainda estamos inseguras e descontentes com esse estado de coisas.

Todos os dias somos testemunhas das inúmeras violências que as mulheres enfrentam, cotidianamente, e elas se repetem como se não estivéssemos no século 21. Definitivamente, o mundo ainda não é um lugar confortável para todas nós, a violência em diversas formas continua nos assolando e pondo em risco nossas vidas.

Acredito que um elo poderoso nos une, por isso a vida de cada uma está implicada nas vidas das que nos antecederam e nas gerações futuras, também. Perceber esse movimento, irmanar-se cada dia mais com as tantas mulheres que povoam nossos caminhos fará toda a diferença nesse enfrentamento.

Reconhecer que se há mulheres nos lugares, há uma propositura favorável para todas nós, e que se elas não estão nestss espaços de poder, então nossos direitos seguem ameaçados, faz perceber a necessidade de unirmos forças em uma vivência coletiva, protegidas pela sororidade e pela certeza de que as histórias de vida têm sempre algo em comum, pontos que se assemelham e quase sempre trazem experiências difíceis, e que são superados pela atuação em rede de outras tantas mulheres.

Diante desse imperativo, para além de março, continuaremos a seguir, como flechas lançadas ao tempo, amparadas por uma ancestralidade potente, protegidas pela força vital que preenche nossos sonhos, acalentando a esperança de um futuro com mais segurança e respeito.

Esse futuro desafia o orixá Tempo, subverte a lógica ocidental, mas seguimos plenas de esperanças, não cegas diante do maior desafio que se traduz na reinvenção de nossa própria existência, o que faremos tuantas vezes quantas for preciso, parafraseando Conceição Evaristo.

Por isso, com essa esperança renascida e gestada em ventre feminino, meu chamado é para que continuemos a fazer essa revolução, parteiras que somos de nós mesmas e nascidas no tempo certo.

 

REFERÊNCIAS

  

CABRAL, Uberlância. Pessoas pretas e pardas continuam com menor acesso a emprego, educação, segurança e saneamento. Agência de Notícas IBGE, 11 nov. 2022. Disponível em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/35467-pessoas-pretas-e-pardas-continuam-com-menor-acesso-a-emprego-educacao-seguranca-e-saneamento#:~:text=O%20rendimento%20m%C3%A9dio%20dos%20trabalhadores,ocupavam%2069%2C0%25%20deles. Acesso em: 24 mar. 2024.

EVARISTO, Conceição. Olhos D’água. Rio de Janeiro: Pallas Fundação Biblioteca Nacional, 2016.

HOOKS, bell. E eu não sou uma mulher e feminismo. Trad. Bhuvi Libanio. 7. Ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2020.

HOOKS, bell. Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática. Trad. Bhuvi Libanio. 7. Ed. São Paulo: Elefante, 2020.

 

 

Mulher


Mulher,

Desde pequena tens algo que fascina:

Nascida para ser feminina,

Amar com alma e coração.

 

Sonhada por Deus desde a criação,

Mostrando que tens o mesmo valor

Criada a partir da costela de Adão,

Tirada do lado, com o mesmo amor.

 

Mas acredito que sejas preferida

Porque no teu olhar exalas Vida.

Uma vida que de ti pode nascer,

Deus deu-lhe também esse poder.

 

E consegues no mundo caminhar

Com passo tão leve

Mas creio que ninguém se atreve

A questionar o que estás a carregar

 

Carrega doçura, alegria e tristeza,

Amargura, dores e incerteza,

Garra, decisão e vontade

Tens força e muita autoridade.

 

Ah, mulher, impossível descrever,

O que Deus para ti tem reservado,

Sorte de quem te conhece e poderá ver,

Mas agraciado é quem a tem ao lado!

 

Marcela Zaidan

Poeta, escritora, misto de sonhos e cores. Alma leve e coração pulsante.

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